Sunday, July 08, 2007

New Orleans antes do Katrina

Em Novembro de 2004, nove meses antes da catástrofe causada pelo furacão "Katrina", tive o privilégio de visitar, à borla, e na companhia da minha irmã, a belíssima e na altura ainda intacta cidade de New Orleans do estado de Louisiana, sul dos EUA (próxima do golfo do México).
A cidade do jazz, onde nasceu e viveu Louis Armstrong, essa lenda morta do trompete. Uma das cidades onde se come melhor nos EUA, visto ter muitas influências francesas e espanholas na sua cozinha, com a utilização de muitos ingredientes locais (denominada cozinha Creole e Cajun).
A cidade do Voodoo e do rio Mississipi.
Em baixo algumas das fotos tiradas na parte histórica da cidade.

Legendas:

1- Casas típicas do "French Quarter" ( foto tirada do famoso e sempre lotado: "Cafe du Monde")
2- Outra perspectiva das casas no interior do "French Quarter"
3- O famoso barco "Natchez", que víamos nas aventuras do Tom Sawyer, a atravessar o Mississipi
4- "Jackson Square"
5- Casas típicas de Algiers, localidade do outro lado do rio Mississipi, onde se encontram os armazéns onde se fabricam os carros alegóricos para o Carnaval de New Orleans, o denominado "Mardi Gras"
6- Aligator que habita os pântanos de New Orleans, visto no Aquarium da cidade
7- Uma das especialidades de New Orleans, ostras gratinadas, degustadas num restaurante típico de "Bourbon Street"
8- School Bus à porta do "French Market"

New Orleans - site oficial da cidade de New Orleans




























































Wednesday, July 04, 2007

Procura-se Tareco

Como de costume na noite de S. João, fui comer uma sardinhada a casa da minha tia Ermelinda que fica a apenas 2 quarteirões de distância do meu barraco recuado no bairro da Pasteleira. Como em anos anteriores deixei o bichaninho deitado na sua alcofa e a porta do barraco encostada para o caso do animal ter vontade de aliviar a tripa nos vasos de cannabis das traseiras (descobri que a mistura de urina de gato na planta ornamental cria uma nova substância de efeitos devastadores !!!). Caso levasse o bichano comigo o mais certo era eu só cheirar as sardinhas tal é o apetite do Tareco por peixinho grelhado !
Consolei-me nessa noite. Comi 12 sardinhas, 1/2 Kg de batatas, 1/4 de broa de Avintes, e deitei abaixo litro e meio de tintol a martelo (aquela pôrra tinha 15ºC !!!).
Apesar de dizerem que era proibido lançar balões, depois de vermos o Jorge Gabriel e a fogosa Sónia Araújo a lançar uns quantos, em directo na RTP, não nos contivemos e lançamos também não sei se 2 ou 3 balões para a atmosfera (perdi-lhe a conta por causa do tintol...) . Acabamos a noite a dar umas marteladas uns nos outros e a saltar a fogueira (causamos um incêndio na casa da vizinha da minha tia...).
Quando cheguei a casa, isto depois de ter entrado por engano no barraco do 1º quarteirão (por acaso de uma vizinha boa como o milho !!!), aterrei logo no colchão de penas (tenho penas de não ter um colchão melhor !). Só de manhã é que dei por ela... O Tareco tinha desaparecido !
O meu bichano, que me aquecia os pés nas noites de Inverno e que me fazia suar nas noites de Verão, que me trazia os primeiros ratinhos do quintal à mão, que ronronava no meu colo a pedir festinhas e me tornava o cannabis numa nova mistura patenteada, tinha desaparecido !
Nunca se tinha ausentado do barraco por mais do que uma hora ou duas, e agora estava pelo menos há 3 horas fora de casa ! Liguei de imediato para o 112 a pedir ajuda e informar do desaparecimento do meu Tareco. Mandaram-me bugiar !
"- Isto é um nº para utilização em caso de emergência. Não é para brincadeiras de mau gosto !"
Brincadeiras de mau gosto ? O meu Tareco desaparece e acham que eu estou a brincar ? Que falta de profissionalismo e sensibilidade ! Estou a ponderar apresentar uma queixa à DECO.
Fui à polícia judiciária e obrigaram-me a bufar no balão ! Um gajo perde um ente querido da família e por sermos pobres não temos qualquer apoio psicológico nem ajudas na sua busca ? Em que país vivemos ? Se fosse o Tareco do primeiro-ministro, as buscas alargavam-se até ao arquipélago da Madeira (poderia ser uma qualquer vingança do Alberto João) e duravam o tempo que fosse preciso…
Entretanto convoquei os meus amigos do bairro para encetar uma investigação ao caso do Tareco desaparecido, e uma caça ao homem ou animal que pudesse estar envolvido no seu desaparecimento. Listamos de imediato alguns potenciais suspeitos: o doberman do meu vizinho ZéTó que se diz por aí que anda a comer as cadelas todas das redondezas, o bull-terrier do Zarolho que vai ao olho quer das cadelas quer dos gatos (e até ao do Zarolho se consta que já foi...) ou o Xico Bala que detesta gatos e anda sempre de pressão de ar ao ombro.
Colocamos folhas A4 nas paredes e árvores num raio de 30Km com os seguintes dizeres:
"Procura-se Tareco.

Gato preto, com unhas por cortar, bigodes farfalhudos, faz miau, miau, tem a língua áspera, não gosta de iscas de fígado e larga-se sempre que come azeitonas.

Dá-se recompensa."

Uma semana, duas semanas, um mês, e nada de Tareco !
Vivemos numa sociedade de total insegurança ! Carjacking, assaltos à mão armada, violações, pedofilia, rapto de felinos,...
Dois anos mais tarde descobri toda a verdade. O meu bichano tinha sido vítima de um cat serial killer, o Nelo China, que vendia a carne para um restaurante VIP em Cascais onde confeccionavam uma famosa iguaria de lebre, e os orgãos sexuais eram congelados e enviados para a China com fins medicinais e afrodisíacos. Pobre Tareco !